01/06/2015
Jornada Brasil-Itália debate cidades sustentáveis e segurança alimentar







01/06/15 – Deputados, um senador, vereadores e representantes de classes debateram segurança alimentar e cidades sustentáveis, na sexta-feira, durante a III Jornada Parlamentar Brasil-Itália, no Auditório 1º de Maio, da Câmara Municipal de São Paulo. O evento, que é um intercâmbio de experiências ítalo-brasileiro, tem como objetivo aprofundar temas econômicos e culturais dos dois países. O vereador de São João Fernando Betti participou do debate, representando o presidente da Câmara Municipal, Claudinei Damalio.

Também esteve na jornada a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini. Ela defendeu que “sustentabilidade e nutrição são o futuro do planeta e não podemos continuar com essa cultura de abutres onde um toma de quem tem e não dá nada em troca. É preciso que os países se envolvam em um projeto em prol das futuras gerações”.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato, ressaltou que o Brasil é um país com potencial tanto para produção alimentar quanto para estratégias de combate à fome. “A sustentabilidade também é uma discussão bastante presente aqui no nosso país. A gente tem o etanol, fontes de energias renováveis e a nossa experiência pode contribuir bastante para esse debate. Da mesma forma, a experiência e a tradição italiana nesses dois campos.” Donato lembrou da prosperidade cultural e industrial de empresas italianas e de seus descendentes que desembarcaram no Brasil.

Na tribuna, o vereador de São João Fernando Betti lembrou da importância da segurança alimentar para o desenvolvimento e a manutenção da saúde. Ele pontou que São João é desenvolvedora da agricultura familiar e que seria importante a implantação de alimentação orgânica nas escolas da rede pública municipal. “Tenho preocupação com o desenvolvimento das crianças em sua educação. Por isso, apresentei uma propositura na Câmara sobre a introdução da alimentação orgânica nas escolas municipais. Apresentamos isso e será colocado junto ao prefeito”, afirmou Betti.

Segundo a deputada do parlamento italiano Renata Bueno, o Brasil já tem uma grande produção alimentar, mas sem a qualidade ideal. Na Itália, ocorre o contrário, com boas tecnologias de produção, armazenamento e distribuição dos alimentos. Ela mencionou a importância da Exposição Universal (Expo 2015), realizada em Milão, que até 31 de outubro debate o tema “Alimentando o Planeta, Energia para a Vida”, com a participação de 145 países. “A segurança alimentar está estritamente ligada à questão hídrica. Isso é o fator número um para uma alimentação de qualidade”, disse Renata.

Para Paulo Fiorilo, vereador de São Paulo, é fundamental controlar a qualidade da água usada na produção de alimentos e acabar com o uso de água tratada em atividades de limpeza. Ele sugeriu levar ao conhecimento dos estudantes a riqueza da cultura italiana e suas influências na formação do Brasil.

O secretário-geral do Sindicato Italiano de Trabalhadores e Aposentados, Romano Bellissima, pontuou que a produção de alimentos não tem acompanhado o crescimento populacional no terceiro milênio. “O básico, fundamental, é assegurar alimentação a todos. É inaceitável termos crianças sem comida.”



Desenvolvimento urbano

O deputado federal Carlos Zarattini afirmou que a urbanização da Itália foi muito mais lenta que a brasileira, daí o maior equilíbrio visto hoje no país europeu.

Para o senador Fausto Longo, do Parlamento Italiano, a expansão dos perímetros urbanos no Brasil contemplou privilégios de lucros para investidores. Para ele, é necessário devolver às pessoas o real sentido do espaço urbano. “Temos os condomínios, por exemplo. Precisamos lembrar do significado de um condomínio, ou seja, fazer melhorias. As pessoas precisam lembrar que a cidade é delas, não simplesmente votar no dia da eleição e entregar a administração das cidades aos prefeitos e aos vereadores. Precisamos entregar a cada geração futura sempre algo melhor do que recebemos. Nosso sistema educacional precisa estar no sentido de compreender isso e estimular a cidadania”, defendeu.

O senador sugeriu proibir ampliação de perímetro urbano em municípios sem a respectiva previsão em seu Plano Diretor. Ele também apontou que experiências negativas da cidade de São Paulo sejam referência a cidades menores. “Temos cidades pequenas com o mesmo modelo de crescimento, algumas se orgulham de que estão com mais prédios que outras, competindo umas com as outras. Mas crescer não significa inchar, e sim garantir à população segurança, qualidade de vida, lazer e recreação, os valores da cidade de forma tranquila e responsável, com sustentabilidade.”


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Assessoria de Comunicação
Câmara Municipal

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