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09/04/15 - A Câmara Municipal participou nesta quarta-feira de reunião pública no auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) a respeito da linha de transmissão de energia prevista para atravessar o município, nas proximidades da Serra da Paulista. A instalação é necessária para transportar a energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, à região Sudeste do Brasil. O traçado passa por São João da Boa Vista.
O Legislativo sanjoanense está atento aos impactos ambientais que a obra e a operação da linha poderão causar. Estiveram no evento os vereadores Elenice Vidolin, José Cláudio Ferreira (Claudinho), José Eduardo dos Reis, Raimundo Rui (Rui Nova Onda) e Reberson Menezes, além de representantes da Prefeitura e da sociedade civil.
Estudos
O estudo de impacto foi apresentado por Arlei Mazurec, gerente de projetos da Ecology, empresa que faz consultoria para a Elecnor, parceira da Cantareira Transmissora de Energia. A Cantareira conquistou o lote F de um leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado em maio de 2014.
O lote é composto por um circuito duplo de linhas de transmissão, que percorre 328 quilômetros entre as subestações de Estreito, na cidade de Ibiraci (MG), e Fernão Dias, em Atibaia (SP).
Em território paulista, serão 210 quilômetros de cabos, que vão cortar os municípios de São João, Franca, Patrocínio Paulista, Itirapuã, Mococa, Tapiratiba, São José do Rio Pardo, Divinolândia, Caconde, São Sebastião da Grama, Vargem Grande do Sul, Águas da Prata, Santo Antônio do Jardim, Espírito Santo do Pinhal, Itapira, Águas de Lindóia, Lindóia, Serra Negra, Socorro, Monte Alegre do Sul, Pinhalzinho, Tuiuti, Bragança Paulista e Atibaia.
Redução de impactos
Mazurec informou que os especialistas trabalham para reduzir ao máximo os impactos à fauna e à flora, afirmando que será usado um modelo em que nem todo o corredor de torres e cabos precisa ser desmatado. Segundo ele, isso deverá ser feito apenas ao redor das torres, que teriam distância de 450 metros entre si. As empresas responsáveis já chegaram a um terceiro possível traçado da rede, evitando a Serra da Paulista propriamente dita, com os cabos previstos para uma região já mais baixa, antes do início da inclinação da serra.
De acordo com Mazurec, nenhuma torre será construída em Área de Preservação Permanente (APP) ou áreas de nascentes. Dois terços das linhas estarão em áreas de Mata Atlântica, sendo que São João será o segundo município com maior extensão de linhas de transmissão – 27 quilômetros.
O especialista informou que ainda serão realizadas 3 audiências públicas, em datas a serem confirmadas pelo Ibama, para detalhar os projetos e proporcionar a participação da sociedade. Vereadores acompanham a questão de perto. No canal da Prefeitura no Facebook, o prefeito de São João, Vanderlei Borges de Carvalho, se posicionou contra as linhas de transmissão, informando em vídeo postado no dia 7 que a Prefeitura vai fazer o possível para impedir a construção.
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal
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